A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que as crianças com menos de um ano de idade não consumam mel. O objetivo da orientação é prevenir a ingestão de esporos da bactéria Clostridium botulinum, bacilo responsável pela transmissão do botulismo intestinal. Não existem restrições ao consumo de mel por crianças com mais de um ano de idade e adultos sem problemas de saúde relacionados à flora intestinal.
Apesar de não haver confirmação de casos da doença no Brasil, a atuação da Anvisa está fundamentada em publicações oficiais da Secretaria de vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (como por exemplo, o Manual Integrado de Vigilância Epidemiológica do Botulismo – PDF) e publicações cientificas sobre contaminação do mel brasileiro com Clostridium botulinum. Resultados de pesquisas (PDF) apontam que 7% das 100 amostras de mel comercializadas por ambulantes, mercados e feiras livres, em seis estados brasileiros, estavam contaminadas com o bacilo.
O assunto foi pautado pela Agencia em duas reuniões da Câmara Técnica de Alimentos, fórum formado por professores especialistas que fornecem suporte técnico a Gerencia Geral de Alimentos da Anvisa. “A discussão ocorrida na Câmara Técnica de Alimentos resultou na publicação do Informe Técnico 37, que alerta pais e educadores para não incluir o mel na alimentação de crianças menores de um ano”, explica a diretora da Anvisa, Maria Cecília Martins Brito.
O botulismo intestinal só se inicia após a transformação dos esporos do Clostridium botulinum para a forma vegetativa(início das atividades metabólicas do microrganismo). Na forma vegetativa, esse bacilo se multiplica e libera toxina botulímica no intestino.
Fonte: Jornal A RAZÃO – 07/03/09
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